sexta-feira, 23 de julho de 2010

Aviso aos candidatos

Senhores candidatos, quando mandarem mensagens sejam específicos no que lhes deve ser, enviem planos e propostas (coerentes, diga-se). Não me interessa "olá amigo!", não me compram com espelhos, tenham por certo e não usem de terror sobre o adversário. Já falo e ando e uso toilette (talvez o mais importante aspecto civilizatório que o homem pôde conquistar) e creio que há muito meus antepassados deixaram de ter cauda. Enfim, sejam úteis, inúteis! Tempos irritantes...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quem foi Triboulet.





O mais famoso bobo da corte, Triboulet passou para História com o titulo: "BOBO DO REI E REI DOS BOBOS"

Triboulet chamava-se muito prosaicamente Nicolau Ferriol e era muito popular em Blois, sua cidade natal. Um dia em que andava, como de costume, pelas ruas de Blois, dirigindo pilherias a toda a gente e pedindo esmolas, viu passar um fidalgo que o duque de d'Angouleme, futuro Rei Franciso I, enviara com uma mensagem ao rei Luiz XII e a Ana da Bretanha. Para obter dele algumas moedas, Ferriol seguiu-o contando-lhe as mais joviais anedotas e como, nem assim o fidalgo lhe desse coisa alguma, inutilizou seu peitilho com um golpe de canivete. Então, os pajens do fidalgo agarraram-no, levaram-no para fora da cidade - com receio de que o populacho tomasse sua defesa e tendo-o amarrado a uma árvore, começaram a torturá-lo cruelmente, pregando-lhe as orelhas com pregos, queimando-lhe as plantas dos pés. Os gritos do infeliz foram tantos, que Luiz XII ouviu-os de seu castelo. Triboulet, libertado afinal, foi, em pessoa, queixar-se ao soberano e relatou seu próprio suplicio em termos tão cômicos que o Rei, a conselho do próprio duque d'Agouleme, ofereceu-lhe o cargo de bobo da corte. No dia que Triboulet apareceu na corte houve uma gargalhada geral. Aquela fronte baixa e fugidia; aquelas imensas orelhas, essa cabeça redonda balançando-se sobre um pescoço enorme, esse peito cavado e essas costas em forma de montanha, o ventre volumoso, as pernas tortas... A natureza aprimorara a construção daquele verdadeiro monstro para o prazer real. O vestiário de "bobo do rei" compunha-se nesse tempo de um casaco com abas formando ângulos agudos, em pedaços verdes e amarelos e coberto com ornatos de sarja e passamanaria de todas as cores. Mas isso pareceu banal, para um bobo do valor de Triboulet. Modelaram seu torso ridículo com um justo corpo de seda branco e azul, com as armas da França bordadas a ouro sobre suas costas, a azul sobre as pernas e sobre o barrete pontudo, que ornava sua cabeça. Um cinto dourado tinha uma bainha especial para sua vara de guizos, seu cetro de louco, sua espada de pau e uma bexiga de porco cheia de ar - os emblemas de suas alegres funções. Depois de cobrir esse vestuário de guizos de todos os tamanhos, confiaram Triboulet a Michel Le Vernoy, "mestre de bufonaria" - que devia completar sua educação ensinando-lhe mil artimanhas, acrobacias, pilherias, canções e saltos, por que um dos melhores meios de fazer rir era então a "cabriola", o salto.

A liberdade libertina









Temos visto neste novo século o avanço da capacidade de comunicação humana assustadora. Algo que muitos dos pensadores humanistas, iluministas estariam em verdadeiro êxtase. Mas, essa projeção de poder livre dado até ao mais insignificante da espécie tem, em seus primeiros anos de existência, contribuído para a melhoria do convívio do homem com seu próximo? Depende do ponto de observação, claro, não nos esqueçamos disso. Temos enciclopédias livres que antigamente os mais abastados poderiam comprar e logo depois e alguns anos se encontravam obsoletas em suas matérias em um Universo em constante transformação. A notícia apesar de praticamente estar sobre o domínio de uma mídia que faz e escreve o que quer e sempre o lhe convém está aberta a todos sem impedimentos (exceto em alguns países). Particularmente em nosso país temos regiões que difundem a discriminação de outros indivíduos principalmente e até quase particularmente das regiões Norte e Nordeste. Um exemplo prático é das comunidades eletrônicas e sites de relacionamentos. Muitas promovem e até incitam o ódio social. Não precisa ir muito longe para se descobrir de onde são os criadores dessas páginas, lembremos que a WEB é livre. A região Sudeste é o principal foco promotor da discriminação. O jargão comum em São Paulo é que “se mandarmos embora todos os nordestinos quem carregará nosso lixo?”, frase interessante de um estado que se diz o mais avançado do país... E não para por . A manifestação de sociedades de cunho neo-nazista estão altamente proliferadas na periferia. Estes pregam não compulsivo ódio aos sempre lembrados judeus, mas, aos esquecidos nordestinos e outras minorias como homossexuais e negros. Desses quatro indivíduos não se precisa dizer que o nordestino é deixado de lado nas matérias que evocam contra a discriminação. Basta assistir o que se fala. Também há a dificuldade em se alugar moradia (paulista não gosta de alugar para "retirantes"). Mentem ao telefone até dizendo que já está ocupado, mas, basta ligar de novo para o mesmo número se apresentando como paulista e sem sotaque  nordestino que a vaga aparece. Outro estado onde a discriminação é veemente é o Rio de Janeiro, mas, desta vez com uma peculiaridade local. A famosa Zona Sul aliada à emergente Barra da Tijuca se dão as mãos nisso. “O nordestino é útil sim, para portaria de meu prédio”, frase intrínseca à boca desse tipo de carioca. Na Zona Norte e próximo à Baixada contando também a parte da Zona Oeste apêndice desprezado da Barra, isso não se dá com tanta ou talvez nenhuma presença, pois é neste lugar distante que descansam o do Táxi, Raimundo pedreiro ou um Everclinton encanador, que seja. Aprendeu-se a conviver igualitariamente o que não se nas bem calçadas ruas do “Rio de Janeiro real”. Por que o que o suburbano vive é tão abstrato que calçadas sequer existem decentes. Ou talvez esteja equivocado ou divagando muito das idéias. É engano acreditar que a Zona Norte é apenas um bolsão de mão-de-obra para os “bem nascidos” da cidade. É tolice achar que a Linha Vermelha na qual destruo meu carro é embelezada da parte que remete ao aeroporto ao Centro. E diga-se de passagem sobre o embelezar: verdadeiros biombos na função de esconder um lado feio da cidade,o Complexo da Maré. A que segue em direção da Pavuna é um desastre. Onde está o novo asfalto com manta caríssima de alta resistência neste lado da linha? Mas, eu devo estar imaginando mesmo, isso é ficção de minha cabeça, como UPP em favelas (ops! Comunidades, sejamos eufemistas) da Zona Sul.   
A Internet tornou-se um grande marco da democracia alavancando a liberdade de expressão em algo jamais visto em toda história da humanidade, isso é verossímil. Mas, até que ponto o indivíduo pode estar preparado para o conceito de “liberdade”? Se ao mesmo tempo, podemos construir nosso conhecimento de forma gigantesca, também podemos nos expressar livremente com palavras que atinjam pessoas em qualquer canto do planeta ou mesmo um vídeo de maneira nociva e aflorando nossos problemas pessoais de conceitos e perfis deturpados. Como nãovigilância isso pode ser manifestado muitas vezes em caráter deturpado mais promovendo o ódio entre pessoas do que alimentando um entendimento, algo cada vez mais raro embora num Mundo de slogan “globalizado”.
Não que se deva criar um censor até por que se criado pressupoe de mais outra estrutura adida em seus próprios interesses, seria redundante. É chover no molhado, mas, devemos nos aprimorar para sabermos administrar nossa liberdade. A total liberdade sem sabedoria remete-nos ao risco da anarquia de nossos conceitos e intromissão ou até mesmo privação da liberdade do outro.