segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quem foi Triboulet.





O mais famoso bobo da corte, Triboulet passou para História com o titulo: "BOBO DO REI E REI DOS BOBOS"

Triboulet chamava-se muito prosaicamente Nicolau Ferriol e era muito popular em Blois, sua cidade natal. Um dia em que andava, como de costume, pelas ruas de Blois, dirigindo pilherias a toda a gente e pedindo esmolas, viu passar um fidalgo que o duque de d'Angouleme, futuro Rei Franciso I, enviara com uma mensagem ao rei Luiz XII e a Ana da Bretanha. Para obter dele algumas moedas, Ferriol seguiu-o contando-lhe as mais joviais anedotas e como, nem assim o fidalgo lhe desse coisa alguma, inutilizou seu peitilho com um golpe de canivete. Então, os pajens do fidalgo agarraram-no, levaram-no para fora da cidade - com receio de que o populacho tomasse sua defesa e tendo-o amarrado a uma árvore, começaram a torturá-lo cruelmente, pregando-lhe as orelhas com pregos, queimando-lhe as plantas dos pés. Os gritos do infeliz foram tantos, que Luiz XII ouviu-os de seu castelo. Triboulet, libertado afinal, foi, em pessoa, queixar-se ao soberano e relatou seu próprio suplicio em termos tão cômicos que o Rei, a conselho do próprio duque d'Agouleme, ofereceu-lhe o cargo de bobo da corte. No dia que Triboulet apareceu na corte houve uma gargalhada geral. Aquela fronte baixa e fugidia; aquelas imensas orelhas, essa cabeça redonda balançando-se sobre um pescoço enorme, esse peito cavado e essas costas em forma de montanha, o ventre volumoso, as pernas tortas... A natureza aprimorara a construção daquele verdadeiro monstro para o prazer real. O vestiário de "bobo do rei" compunha-se nesse tempo de um casaco com abas formando ângulos agudos, em pedaços verdes e amarelos e coberto com ornatos de sarja e passamanaria de todas as cores. Mas isso pareceu banal, para um bobo do valor de Triboulet. Modelaram seu torso ridículo com um justo corpo de seda branco e azul, com as armas da França bordadas a ouro sobre suas costas, a azul sobre as pernas e sobre o barrete pontudo, que ornava sua cabeça. Um cinto dourado tinha uma bainha especial para sua vara de guizos, seu cetro de louco, sua espada de pau e uma bexiga de porco cheia de ar - os emblemas de suas alegres funções. Depois de cobrir esse vestuário de guizos de todos os tamanhos, confiaram Triboulet a Michel Le Vernoy, "mestre de bufonaria" - que devia completar sua educação ensinando-lhe mil artimanhas, acrobacias, pilherias, canções e saltos, por que um dos melhores meios de fazer rir era então a "cabriola", o salto.

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