sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Polícia para quem pode pagar

A polícia é para quem pode pagar

Assistimos ultimamente que as disparidades em casos nos quais policiais estão envolvido só se solucionam com velocidade dependendo da vítima. No incidente com o Juiz Marcelo Alexandrino alvejado sem nenhum critério, algo típico de nossa polícia, foi até visitado pelo próprio chefe de polícia civil Allan Turnowski com os devidos pedidos de perdão pelo erro de seus subordinados em uma costumeira blitz duvidosa, regra desta instituição tanto civil quanto militar. Os policiais responsáveis foram “afastados totalmente da profissão” logo no dia seguinte tal como as armas já encaminhadas à perícia que procedeu em um tempo recorde com um exame de balística em uma semana. Os policiais respondem por tentativa de homicídio, finalmente.
 Mas, se você agora fica feliz com nossa tão eficiente polícia neste caso, não se esqueça de observar outra situação parecida. Só que agora a vítima era um simples funcionário da rede de lanchonetes Mc Donald’s. Neste caso, a blitz era de policiais militares que o abordaram e atiraram para matar e alegaram no depoimento que era “auto de resistência” versão ainda mantida pela polícia. O assassinato ocorreu em Cidade Alta um lugar perigoso, mas, que ainda residem pessoas de bem como o caso do garoto que voltava do trabalho. Além de manterem a posição citada foi dado o início das investigações de perícia e, pasme, a demora é gritante tal como a morosidade das ações de exames. Os policiais nesta situação não foram afastados senão das ruas apenas, trabalhando internamente isso após três dias. E o mais interessante se faz no exame de balística que após “vinte dias” não se foi resolvido. Ninguém da polícia foi aos parentes numa assistência ou sequer deram explicações devidas pelo menos à mãe. O que se viu foi a repressão dos parentes que protestaram contra a polícia obtusa que insiste ainda em prevalecer preterindo casos a seu bel prazer.
Casos como esses nos fazem refletir das circunstancias que somos aplacados como cidadãos desta cidade de explícitas desigualdades sociais. Com podemos confiar em homens que não tem a honra de ostentar uma farda ou essa mesma já esteja tão desgastada da imundície de seus atos que não mais nos alenta na hora de perigo? Morar no subúrbio é estar sob o jugo em seu bojo de policiais despreparados. Em uma blitz fui parado com meu carro e mandado continuar por um policial, ao passo que o outro da retaguarda me manda parar novamente, mas, balbuciando as palavras de tal forma que parei pela minha própria sugestão tendo em vista o risco de que se eu não compreendesse aquele dialeto poderia com muita certeza ser alvejado. Daí seria eu culpado, pois não entendi o que ele falava sim a culpa está sempre no cidadão para o policial. Enfim a polícia só se move para quem pode pagar ou tem poder.
O que vemos de belo que a polícia faz como as ocupações de favelas com UPPs e todo o seu aparato social junto que é louvável ainda é para rico ver, não as pessoas do lado de cá do túnel. Aqui vivemos com as sobras foragidas destas áreas ocupadas, vivemos com policiais corruptos em sua grande maioria. Vivemos sob o medo tanto dos criminosos como também dos maus policiais. Embora tenhamos esse medo, ainda ressoa na população a vontade de respeitar a instituição policial, gostamos de participar no auxílio quando há uma ação em combate aos criminosos. Acreditamos que é sim possível uma polícia honesta e próxima do cidadão. Mas, quando se vê a realidade difícil em que os próprios policiais se distanciam da civilidade, construindo desde um simples quebra-molas irregular e ilícito fora dos padrões que o próprio estado redigiu em normas no intuito de proteção de sua delegacia , o que interfere no ir e vir da população em seus veículos até uma atitude sem nenhuma honra como assassinar um garoto que tentava ganhar a vida mesmo que numa instituição exploradora como o Mc Donald’s (não é à toa que são chamados de Mc Escravos), as aspirações de que um dia possamos ter orgulho de nossos policiais se esvaem em olhos já fatigados pela triste situação de abandono e violência em que somos condenados a viver.
Deve-se começar a pensar que o respeito se conquista e não é imposto de ambos os lados dessa convivência entre policiais e cidadãos.
Os policiais devem ter em sua mente a questão da honra de poder olhar nos olhos de seus filhos e dizer que mesmo com pouco (o que não é justo, claro) cumpriru o serviço com a dignidade de ser um homem ilibado. Enquanto a população se portar com respeito e educação nas mínimas coisas do dia-a-dia. Certamente os frutos da reciprocidade aparecerão. Tímidos, mas, aparecerão.

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