Na escola General Humberto de Souza Mello da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro em Vila Isabel, Zona Norte da cidade aconteceu uma cena que com o decorrer decadente de nosso ensino e valores era prevista sem nenhuma bola de cristal ou mandinga . A diretora ao apartar uma briga de nada menos que dez estudantes é violentamente atacada , espancada e ainda ameaçada de morte pelos mesmos . Não obstante , ao passo de um sabor destrutivo hereditário , familiares de um dos “alunos beligerantes ” vão à escola numa farândula de ensandecidos para incitar , ameaçar e por fim depredar o prédio da escola . A Polícia no cumprimento rápido de seu dever só chega um dia depois do ocorrido face à denúncia 2ª Coordenadoria Regional de Educação responsável pela região . Com isso , a Secretaria de Educação pensa em propor a volta dos antigos inspetores, gentilmente agora chamados de “agentes-educadores”, um paliativo na tentativa de se impor o respeito não só aos professores mas , ao que parece, a tudo que cerca o indivíduo pois , com essa escalada de violência estudantil vê-se que o âmbito é bem maior que a simples sala-de-aula. O que se vê hoje é a perda de valores não só em matéria de educação dentro das escolas , mas , até nas famílias chegando a degradante situação desta mesma estar ao lado em apoio aos atos de um protótipo de monstro social pelos seus pares . E é leviano e hipócrita dizer que isso é coisa de favelado (gentes da comunidade , como dizem os puritanos sociais ). Nos condomínios da “gente boa” que desfila em passeatas na Orla contra violência , pregando cruzes na areia da praia ; apagando a luz uma hora pra contribuir , ou tirar um peso da culpa da destruição planetária na crença de “estamos fazendo alguma coisa ” sempre no “tudo muito lindo ; tudo muito chique ”, também existem os que ensinam valores deturpados ou mesmo nem sequer o fazem, pois não nos esqueçamos da empregada espancada por “apenas crianças ” (palavras do pai de um dos agressores ) numa das parte s mais excludente e fúteis da cidade . Espancada por ter sido confundida com uma prostituta como se esta também não tivesse o direito de ir e vir , ser respeitada como ser humano e por fim como se nunca nenhum desses subversivos da perfeição não contratasse ou almejasse os serviços destas “meninas”. A salvação da educação é uma ação de todos os indivíduos e responsáveis nessa luta . A queda dos valores ao nosso redor está cada vez mais gritante e isso promove a separação de grupos aumentando um ódio social cada vez mais aflorado e visto no dia-a-dia mas, encerrado e contido nos corações. Com isso, fico me perguntando como agiria um “agente-educador” e como e como o equipariam. Talvez com spray de pimenta , cacetete e o mais importante , colete à prova de balas . Partindo da premissa que serão certamente ameaçados pelos vândalos escolásticos e que tais valentões de caderno também podem trazer (como já houvera em outros estabelecimentos ) armas de fogo para dentro da sala . O que deve haver é mais do que uma estrutura pedagógica voltada para o ensino apenas . Há de se pensar num parâmetro de disciplina rígida ao indivíduo , algo esquecido e por muitos visto como antipedagógico . E não é preciso o retorno à palmatória , ainda há tempo e há muitas propostas em pauta . A ausência de políticas voltadas à educação descentes devem ser revistas pelo Estado e seus municípios . O achincalhe de salários e condições de trabalho para o educador é prioridade nesta vasta revisão de serviços . Infelizmente, os professores se especializaram no decorrer destas gestões barbarizadoras do ensino em verdadeiros capatazes de petizes , domadores de energúmenos ou mesmo , carcereiros de delinqüentes nas escolas muitas vezes resvalando os últimos suspiros de sua crença na educação nos poucos ávidos pelo conhecimento que dedicam sua atenção ao mestre enquanto o inferno está armado nas outras carteiras de escola . Os educadores lutam por estes que ainda se abraçam na esperança de melhorar sua vida ou mesmo romper com esse determinismo de classe imposto pela mídia e pelos que crêem que o Rio de Janeiro é apenas a parcela que ouve o quebrar das ondas na praia e não o ranger dos metais em marcha nos trilhos de vagões repletos dos que precisam destes valores , dos que precisam ser ouvidos , dos que precisam ser tratados como pessoas .
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