terça-feira, 6 de abril de 2010

O Rio Water Planet de Janeiro

O Rio de Janeiro por estes dias se vê em uma das mais torrenciais chuvas de sua História permeada por alagamentos desde coloniais aos dias de hoje. A Defesa Civil do Estado já contabiliza até o momento cerca de 80 mortos com a possibilidade de aumento desta cifra pois as chuvas ainda continuam com força. Devido aos pandemônio instaurado em toda a cidade o Prefeito do Rio de Janeiro anunciou ponto facultativo aos servidores e pediu aos citadinos que não saíssem de suas casas (ou pelo menos aqueles que ainda as possuam).
O número de deslizamentos em estradas e vias de acesso da cidade é grande e há vários pontos de alagamento. Um dos mais famosos pontos já praticamente tradicional e a ponto de se tornar atração no setor de "turismo-catástrofe" é a saudosa ( ou melhor, submersa) Praça da Bandeira. num cenário digno de filmes apocalípticos, a região foi invadida, tomada, conquistada por ataques não de vândalos ou flagelados mas, do próprio Firmamento. A enchurrada foi tão devastadora que hoje pela manhã vários veículos estava amontoados sem funcionamento abandonados pelos seus proprietários. as ruas voltaram ao passado numa nostalgia nada gostosa de se lembrar de épocas sem calçamento. O barro tomou o asfalto. Não obstante, como se nada estivesse um caos generalizado, moradores de uma invasão da antiga fábrica CCPL próximo à Triagem decidiram fechar o trânsito já caótico para protestar contra as chuvas. A polícia como também os bombeiros estão atendendo vários casos e recebendo refugiados das chuvas em seus batalhões. Até a Lagoa Rodrigo de Freitas transbordou cerca de meio metro causando transtornos aos que passavam. Em muitos casos, pessoas dormiram em seus veículos como também em conduções que ficavam praticamente inúteis ante tamanho temporal. Todos os sistemas de transporte foram afetados resultando num "travamento" da cidade por horas a fio. No Borel, houveram sérios deslizamentos provocando a morte de pessoas. 
O Governador do Estado Sérgio Cabral decretou estado de emergência no estado. Há ocorrências em muitas outras cidades como Petrópolis que contabiliza vítimas de deslizamentos.
Apesar de, numa chuva desse porte, não haver escoamento que seja eficiente, é sempre visto uma grande leva de lixo nos ralos e rios, algo que fomenta os alagamentos nas ruas e contribui para disseminação de doenças. em alguns pontos da cidade como algumas ruas de Pavuna por exemplo, os próprios moradores fecham os acessos pluviais (bocas-de-lobo) ou lançam seus sacos de lixo no canal. A falta de educação aliada ao desrespeito ao patrimônio público também contribui para alimentar cataclismas como o visto ontem na cidade. Se não houver uma posição de ordem para sanar os problemas causados pelas chuvas cada vez mais presentes com disciplina e conscientização da população mais eficaz tal como uma fiscalização descente e comprometimento da administração pública nestes quesitos teremos de trocar nossos carros pelas velhas canoas dos índios da época do Descobrimento com o risco ainda de serem submetidas à vistorias veiculares e recolhimento de IPVA.

Foto: Angelo Antônio Duarte/Futura Press

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